8 fatos históricos sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu

A Usina Hidrelétrica de Itaipu é uma das maiores produtoras de energia elétrica do mundo e um dos principais símbolos de cooperação entre Brasil e Paraguai.

Além de sua importância como geradora de energia, a usina tem uma história rica e interessante, com diversos fatos que marcaram sua construção e operação ao longo das décadas.

Neste post, vamos explorar 8 fatos históricos sobre a Usina Hidrelétrica de Itaipu, desde a decisão de construí-la até a quebra de recordes de produção de energia.

Venha conhecer um pouco mais sobre a história por trás desse importante marco da engenharia e da cooperação internacional.

1 – Itaipu: a pedra que canta

No ano de 1973, alguns técnicos percorrem o rio de barco para descobrir qual o melhor ponto para a construção da Hidrelétrica de Itaipu. Após muita pesquisa e estudos com o auxílio de uma balsa, o local finalmente, foi escolhido.

No coração da América do Sul, brasileiros e paraguaios encontram um trecho do rio conhecido como Itaipu, cujo termo, em Tupi, significa “a pedra que canta”.

Naquele local, logo após uma curva acentuada de rio, onde a correnteza parecia medir forças com os barrancos e a poucos quilômetros da confluência com o Rio Iguaçu, existia uma ilha, na maioria das vezes submersa, também chamada Itaipu.

Estudos indicavam para aquele ponto, um rendimento energético excepcional, em virtude de um longo cânion escavado pelo Rio Paraná.

2 – O primeiro passo de uma epopeia (poema épico)

A construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu – considerada pela revista “Popular Mechanics” dos Estados Unidos, um trabalho de Hércules – se iniciou em 1974, ao chegar as primeiras máquinas no futuro canteiro das obras.

Já no segundo semestre daquele ano, foi construído o acampamento pioneiro, com as primeiras edificações para escritório, almoxarifado, refeitório, alojamento dos trabalhadores, e posto de combustíveis, lugar este que existe até hoje.

 

3 – Uma cidade com o nome de Itaipu

A região começa a se transformar num enorme “formigueiro” humano, pois entre 1975 e 1978, inúmeras moradias foram construídas nas redondezas de onde seria a Itaipu Binacional, para abrigar os homens que atuariam na obra.

Entre as várias edificações ali construídas, até um hospital foi estruturado para atender esses trabalhadores.

Neste período, Foz do Iguaçu era uma pequena cidade com somente duas ruas asfaltadas e possui cerca de 20 mil habitantes. Em dez anos, com a vinda dos operários para trabalhar na Hidrelétrica de Itaipu, essa população aumentou para 101.447 habitantes.

Já nos canteiros da obra, o primeiro passo foi alterar o curso do Rio Paraná, removendo 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 km. Como isso deve ter sido feito? Adoraria saber.

O engenheiro responsável pelo modelo da barragem, do tipo gravidade aliviada, formando aberturas que lembrem a estrutura de uma catedral, foi o incrível Gomurka Sarkaria.

4 – O famoso “Paranazão” se despede do leito

A Itaipu Binacional passa a ser uma realidade irreversível. A escavação do desvio do Rio Paraná fica pronta dentro do prazo estipulado, e em 20 de outubro de 1978, 58 toneladas de dinamite explodem as duas ensecadeiras que protegiam a construção do novo curso.

O desvio tem 2 km de extensão, 150 metros de largura e 90 de profundidade. No mesmo dia, um contrato de US$ 800 milhões, que garante a compra de turbinas e dos turbo-geradores, é assinado. O novo canal permite que o trecho do leito original do rio seja secado, para ali ser construída a barragem principal de concreto.

A Usina de Itaipu foi a única grande obra nacional a sobreviver a fase mais aguda da crise econômica brasileira no final dos anos 1970, mantendo o status de prioridades absoluta.

 

5 – Um prédio de 10 andares por hora, ritmo da ITAIPU

Mais uma etapa da gigantesca construção da Usina de Itaipu se inicia: a concretagem da barragem. Num único dia, 14 de novembro de 1978, são lançados na obra 7.207 metros cúbicos de concreto, um recorde sul-americano, o equivalente a um prédio de dez andares a cada hora. Ou 24 edifícios no mesmo dia. A façanha só foi alcançada devido ao uso de sete cabos aéreos para o lançamento de concreto.

O total de concreto utilizado na barragem, foi de 12,3 milhões de metros cúbicos, quantidade suficiente para concretar quatro rodovias do porte da Transamazônica. A economia do Paraguai voa em céu de brigadeiro: o PIB, que havia aumentado 5% em 1975, cresce 10,8% em 1978.

6 – Todos os caminhos levam a Itaipu

Em 1980, o transporte de materiais para a Itaipu Binacional mobilizou 20.113 caminhões e 6.648 vagões ferroviários. Já a demanda por mão-de-obra provoca filas enormes nos centros de triagem dos consórcios.

Entre 1978 e 1981, até 5 mil pessoas eram contratadas por mês. Ao longo da obra, em função do extenso período de construção e da rotatividade da mão-de-obra, somente o consórcio Unicon cadastrou cerca de 100 mil trabalhadores.

No pico da construção da barragem, a Hidrelétrica de Itaipu mobilizou diretamente cerca de 40 mil trabalhadores no canteiro de obras e nos escritórios de apoio no Brasil e no Paraguai.

 

7 – Nem as estradas esperavam uma obra dessa grandeza

Com a barragem quase pronta, o próximo passo é a montagem das unidades geradoras. O transporte de peças inteiras dos fabricantes até a usina torna-se um desafio. A primeira roda da turbina, com 300 toneladas, saiu de São Paulo em 4 de dezembro de 1981 e chegou ao canteiro de obras somente em 3 de março de 1982.

Como a rede viária e algumas pontes existentes em diversas alternativas de trajeto não tinham condições de suportar o peso, a carreta que levava a peça teve de percorrer o caminho mais longo, com 1.350 km. O transporte das rodas de turbina ganharia agilidade posteriormente. O recorde foi de 26 dias de viagem entre a fábrica e a usina.

8 – O Rio Paraná x paredão de concreto, chamado Itaipu

Finalmente, em 1982, as obras da barragem da Usina de Itaipu chegam ao fim. Mas os trabalhos na hidrelétrica não param. O fechamento das comportas do canal de desvio para a formação do reservatório da usina, dá início à operação Mymba Kuera (que em tupi-guarani significa “pega-bicho”).

A operação salva a vida de 36.450 animais que viviam na área a ser inundada pelo lago. Devido às chuvas fortes e enchentes da época, as correntezas do Rio Paraná levaram 14 dias para encher o reservatório. A lâmina de água soma 135 mil hectares, ou quatro vezes o tamanho da Baía da Guanabara.

A 5 de novembro de 1982, com o reservatório já formado, os presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionam o mecanismo que levanta automaticamente as 14 comportas do vertedouro, liberam a água represada do Rio Paraná e, assim, inauguram oficialmente a maior hidrelétrica do mundo, após mais de 50 mil horas de trabalho.

 

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