História das Cataratas do Iguaçu || Um acervo de memórias!

Você conhece a história das Cataratas do Iguaçu? Se sua resposta for não, então apresse-se, marujo, e venha navegar conosco em um mar de memórias.

Que o Parque Nacional do Iguaçu abriga uma das maiores belezas da natureza e do mundo, isso a gente já sabe.

Mas e você sabe a história do parque? Ou como surgiram as quedas? E se eu disser que as Cataratas já teve um dono, você acredita?

Pois então embarque nessa volta ao passado com a gente, pois o Tarobá Hotel vai te contar tudo!

História das Cataratas do Iguaçu
Grupo de excursionistas na Garganta do Diabo || Fotografia cedida por Deborah Regina M. Oliva

História das Cataratas do Iguaçu || Origem e Descoberta das quedas

A história das Cataratas do Iguaçu é tão incrível que não sei por onde começar. Mas como toda a boa história, vamos começar pelo começo.

E quando eu digo começo, quero dizer lá atrás, a mais ou menos 200 mil anos. As quedas se dão devido a um acidente geográfico ocorrido na bacia do Paraná.

Acontece que a mais ou menos 18 km antes do rio Iguaçu se juntar ao rio Paraná, ele sofre um desnível de terreno que pode alcançar 80 metros de altura. Esse desnível é a nossa adorada Cataratas do Iguaçu, uma das três cataratas mais visitadas do mundo!

Iguaçu, o nome dado ao rio que banha as cachoeiras, vem do tupi-guarani e significa “água grande”.

E põe grande nisso, já que rio chega a medir 1200 metros de largura acima das Cataratas. A largura total das Cataratas do Iguaçu alcança 2700 metros, sendo aproximadamente 800 metros somente no lado brasileiro.

São mais de 270 quedas, sendo os principais nomeados como Floriano, Deodoro, Benjamin Constant, União e Santa Maria.

Por falar nisso, você sabia que Santa Maria foi o primeiro nome dado na história das Cataratas do Iguaçu? Pois é.

Quem deu esse nome foi Àlvar Nuñes Cabeza de Vaca. Boatos dizem que quando ele chegou e viu as quedas d’água em 1541, ele disse “Santa María Madre de Dios”.

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As Cataratas do Iguaçu já teve dono!

Depois de já descoberta, a área tornou-se propriedade da colônia militar. E por volta de 1900, a região foi cedida a um uruguaio chamado Jesús Val. Foi então que, pela primeira vez, as Cataratas do Iguaçu teve um dono.

Entretanto isso não perdurou por muito tempo. No ano de 1916, o aviador Santos Dumont, famoso por ser o primeiro a inventar o avião, decidiu visitar as Cataratas Argentinas.

Ele estava em uma conferência de aeronáutica no Chile, quando seguiu viagem a Buenos Aires, na Argentina.

Já no território da fronteira, Dumont se hospedou no “Hotel Brasil”, na época primeiro hotel de Foz do Iguaçu, ficando no quarto número 2.

No mesmo dia, ele seguiu para o topo de uma das quedas, e parado em um tronco velho em meio a neblina, Dumont admirou as Cataratas.

Quando desceu, levou um pitão de Frederico Engel, antigo dono do hotel, e respondeu: “As alturas não me intimidam. Mas uma coisa lhe digo, seu Frederico, essas maravilhas não podem pertencer a uma só pessoa e muito menos a um estrangeiro”.

No dia seguinte, o aviador dirigiu-se ao governo do Paraná, pedindo para que as Cataratas fossem desapropriadas.

No mesmo ano, o governo publicou um Decreto Estadual n° 653, que tornou os mais de 1008 hectares público novamente.

E foi assim que, com apenas três dias de visita, Santos Dumont fez parte importante da história das Cataratas do Iguaçu.

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História das Cataratas do Iguaçu
Iguaçuenses e autoridades reunidas em um almoço comemorativo || Fotografia cedida por Irineu Basso

História das Cataratas do Iguaçu || Criação do Parque Nacional do Iguaçu

A criação do Parque Nacional do Iguaçu deu-se apenas no ano de 1939. Isso aconteceu graças ao Decreto-Lei n° 1035 estabelecido pelo governo de Getúlio Vargas.

O parque foi idealizado pelo engenheiro André Rebouças, no final do século XIX. Ele ficou motivado após a criação da primeira área federal protegida do mundo, o Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos.

O parque passou a contar com mais de 185000 hectares em dezembro de 1981, devido ao recente Decreto Federal nº 86676.

Em 1988 foi inscrito na Lista do Patrimônio Mundial pela Unesco e em 2012 foi reconhecido como uma das 7 maravilhas da Natureza.

Qual a importância das Cataratas?

As Cataratas do Iguaçu são patrimônio nacional da humanidade, então é mais que claro que ela é importante. Mas por que?

O Parque Nacional do Iguaçu foi criado com o principal intuito de proteger e restaurar a mata nativa da região.

Ele serve de santuário para mais de 250 espécies de árvores, além de 550 de aves, 120 de mamíferos, 79 de répteis, 55 de anfíbios e 635 de borboletas.

É graças a equipe de especialistas que o parque vem atravessando os limites de preservação, avançando cada vez mais no propósito de recuperação ambiental da Mata Amazônica.

Isso que nós nem citamos a importância econômica que as Cataratas do Iguaçu nos proporciona.

É por causa dessa área protegida que a região de Foz do Iguaçu movimenta cerca de R$ 88 milhões com o turismo por ano.

Além disso, os serviços ambientais totalmente de graça pela unidade de conservação do meio ambiente ultrapassa todos os gastos que se tem para manter aquela área protegida.

São serviços como fornecimento de água, controle de erosão, regulação do clima e até mesmo a renovação dos solos. Tudo isso somado equivale a mais de R$ 600 milhões anuais.

Ou seja, a importância do Parque Nacional dá-se pelo simples fato de que ele é uma fonte interminável de recursos naturais e econômicos.

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História das Cataratas do Iguaçu
Foto 1: Luciano em 1951 vendo pela 1ª vez o salto floriano (cedida por Luciano D. Fontura) || Foto 2: Família Engel no lado argentino em 1944 (cedida por Irma R. Pruner)

Projeto Memórias das Cataratas

A história das Cataratas do Iguaçu é tão importante, que em 2009 o Parque Nacional, junto da Itaipu Binacional, tornou possível o projeto “Memória das Cataratas”.

O projeto reúne depoimentos e fotografias de moradores que trabalharam ou apenas participaram da construção do Parque de alguma outra forma.

Como por exemplo o relato de Irma Rios Pruner, neta de Frederico Engel, dono do primeiro hotel da cidade: o Hotel Brasil.

Ela conta sobre a visita de Santos Dumont a Foz do Iguaçu, sobre sua importante visita as Cataratas e de como ele mudou o rumo do lugar.

Marlene Ludgem Devens conta, de forma risonha, sobre as pessoas que visitavam as Cataratas a noite para namorar.

Irineu Basso diz sobre os encontros que ocorriam aos domingos no Parque. Eventos que juntavam toda a comunidade, como padres, militares e até o prefeito.

Francisco Amarilla Barreto fala sobre a época em que as pessoas tomavam banho no rio Iguaçu. Ele diz que os jovens saiam cedinho do centro da cidade e iam caminhando até o rio para fazer piqueniques ou apenas tomar banho nas águas. Alguns iam até mesmo de carroça, bicicleta ou de carona em caminhões.

O documentário feito pelo projeto tem 19 minutos de duração e conta da época em que as primeiras passarelas foram criadas, quando o rio encheu em 1982 e algumas delas precisaram ser desativadas.

Mostra também como eram feitas as travessias das Cataratas, onde eram utilizadas cordas e arames amarrados em tocos de madeira.

Italvina Dagostin conta da época em que secas avassaladoras atingiram as Cataratas, mas que para a alegria de todos não durou muito.

Um dos relatos mais bonitos presentes no documentário foi o de Franz Kohlrnberg, onde ele conta sobre as quedas da Argentina, onde o barulho mudava conforme o vento, e as nomeia como “balé das águas”.

No livro “Imagens e Memórias”, uma coleção de fotografias de meados dos anos de 1900. Uma enxurrada de recordações dos antigos moradores da cidade e que foram parte importante da história das Cataratas do Iguaçu.

Documentário “Memória das Cataratas” produzido pelo Parque Nacional

História das Cataratas do Iguaçu || Lenda sobre um amor proibido

Uma das coisas mais fascinantes por trás da história das Cataratas do Iguaçu é a lenda de amor proibido.

A Lenda das Cataratas é algo muito presente na vida de todos os iguaçuenses. Ouvimos sobre ela desde pequenos e contamos para as gerações futuras, na intenção de que nunca seja esquecida.

Mas afinal, você conhece ela? Caso não conheça, será um enorme prazer contar um pouco dela para você.

Há muitos anos, antes mesmo do surgimento das cachoeiras que conhecemos hoje, havia uma tribo chamada Caigangues que tinha a região de Foz do Iguaçu como lar.

Eles acreditavam na existência de um deus que governava o mundo: uma enorme serpente que vivia nas águas. Ele se chamava M’Boi.

Para manter a ira do deus silenciada, a tribo oferecia todos os anos uma jovem da tribo escolhida pela própria serpente.

Certa vez, a filha do cacique da tribo foi a escolhida. Naipi era uma moça inteligente e bondosa, capaz de parar as águas com tamanha beleza.

Todavia, Naipi apaixonou-se por Tarobá, um dos índios mais fortes da tribo. E mesmo que contra tudo e a todos, o amor de ambos cresceu dia após dia.

Foi então que decidiram fugir de barco enquanto todos dormiam.

M’Boi descobriu, e com imensa fúria, mergulhou nas águas do rio Iguaçu com extrema violência. O ato fez com que surgisse uma enorme fenda nas águas, transformando-se no que hoje conhecemos como as Cataratas do Iguaçu.

O deus Tupã, no entanto, ficou bravo com o ocorrido e decidiu castigar os três. Transformou então Naipi em uma rocha e Tarobá em uma palmeira. Já M’Boi fora aprisionado onde hoje chamamos de Garganta do Diabo.

História das Cataratas do Iguaçu
Amigas no rio Iguaçu por volta de 1954 || Fotografia cedida por Erica Welter

História das Cataratas do Iguaçu || Conclusão

E aí, gostou de saber um pouco sobre a história das Cataratas do Iguaçu? Saiba que nós adoramos escrevê-la!

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Fica aí a sugestão de acessar nosso blog e descobrir mais coisas sobre essa cidade tão linda e que acolhe tão bem nossos turistas.

Saiba que nós do Tarobá Hotel estamos sempre tentando trazer o melhor para a comunidade, oferecendo exemplos de crescimento e amor, tanto a si quanto ao próximo.

É por isso que quem escolhe a gente, sabe que fez a melhor escolha. Não é a toa que a Aretha Oliveira disse em seu Instagram que se sentiu em casa! E você? Tá esperando o que para se sentir em casa?

Um enorme abraço e até a próxima.

Matéria por Arielle Farias

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